Diabete tipo 2: previna-se!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Se quer ficar longe do mal, que ataca mais as mulheres, aproveite o começo do ano para rever sua alimentação

Cuidados com a alimentação

No início do ano pipocam convites para festas e happy hours com todo tipo de comidas gostosas e calóricas... É só por não querer ganhar quilos extras que você deve maneirar? Ou o excesso de doçura e gordura pode deixá-la doente? A segunda resposta é sim.

Apesar de as chances de desenvolver diabete - distúrbio metabólico causado pelo aumento da glicose no sangue - crescerem apenas após os 35 anos, o que você faz agora é determinante para não engrossar estatísticas assustadoras: já são 246 milhões de diabéticos no mundo, e estima-se que a cada cinco segundos alguém entre para o grupo.

Por aqui, segundo o Ministério da Saúde, a doença atinge 6 milhões de brasileiros, sendo 90% dos casos do tipo 2. A boa notícia: diferentemente da diabete tipo 1, este pode ser prevenido ou adiado por muitos anos, se você se cuidar. A má: ataca mais as mulheres, conforme pesquisa do Ministério da Saúde em todo o país.

Confira, nos próximos slides, como deixar a diabete tipo 2 longe do seu cardápio de vida.

Como prevenir a diabete tipo 2

Ser louca por doces e carboidratos não é sinal de tendência à doença, mas uma dieta inadequada, rica em gorduras saturada e trans, açúcar e muitas massas e farinha branca, pode elevar o peso, principal fator de risco para a diabete tipo 2. A lista do que coloca você na mira:

Obesidade
Odilon Denardim, endocrinologista do Delboni Auriemo Medicina Diagnóstica, explica que a gordura muda o metabolismo. ''As células adiposas tornam-se resistentes à absorção da insulina, hormônio que varre o excesso de açúcar do sangue.'' O endocrinologista Antônio Lerário, diretor da Sociedade Brasileira de Diabetes, completa: ''A teoria aceita hoje é que esse processo força o pâncreas a produzir mais dessa substância até levá-lo à exaustão e à diabete''. Moral da história: se você está ganhando quilinhos, melhor mudar o estilo de vida. Pois, segundo o endrocrinologista Marcio Mancini, presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), 80% dos diabéticos do tipo 2 estão acima do peso.

Sedentarismo
Não fazer atividadefísica ajuda o ponteiro da balança a subir, provocando o problema acima.

Hereditariedade
Ter pais, irmãos e tios de primeiro grau com a doença coloca você no risco.

Stress crônico
Estudos mostram que o hormônio do stress, o cortisol, em exagero pode elevar as taxas de glicose no sangue.

Doenças endócrinas
Segundo Paulo Roberto Cesarini, clínico-geral com especialização em endocrinologia, algumas doenças endócrinas (síndrome dos ovários policísticos e doença da suprarrenal) causam resistência insulínica ou hiperinsulinemia (aumento da secreção de insulina pelo organismo), fatores que podem desencadear a diabete.

Distúrbios do sono
Enquanto a gente descansa e sonha, ocorrem processos metabólicos que, se alterados, podem afetar o equilíbrio do organismo. Estudo americano mostrou que quem dorme mal é mais propenso à diabete tipo 2.

Diabete gestacional
Na gravidez, alguns hormônios bloqueiam a produção de insulina. ''Quem apresenta esse quadro tem predisposição à diabete do tipo 2 no futuro'', alerta Paulo Roberto Cesarini.

Remédios
Alguns medicamentos, como os que contêm cortisona, elevam o nível de glicose no sangue.

Como tratar a diabete tipo 2

Quando a doença está instalada, às vezes é preciso tomar insulina todo dia. Em outras, medicação oral, atividade física e a mudança na alimentação bastam para fazer o controle. ''O alto teor de fibras diminui o índice glicêmico'', fala a nutróloga carioca Regina Mestre. ''Melhora a saciedade e baixa a vontade de doce.''

Mônica Sauaia, 39 anos, está nesse estágio. Com pais e tias diabéticas, sobrepeso e diabete gestacional duas vezes, ela iniciou há um mês o tratamento e a dieta com contagem de carboidratos. ''Amo tomar café e leite muuuito doce. Mas estou proibida de chegar perto do açucareiro'', conta. Ela trocou o açúcar por sachês de adoçante. Teve também que reduzir a ingestão de leite para uma vez ao dia. Resultado: já perdeu 5 quilos, mas falta pegar firme na academia.

Já Hanna Ribeiro, 21 anos, descobriu num exame de rotina ser diabética do tipo 2. ''Meu peso aumentou de repente. E, como já sofria com problemas na tireoide, fui à endocrinologista, que viu que minha glicose estava acima do normal. Na época, soube ainda que sofria da síndrome dos ovários policísticos.'' Hoje, a estudante checa as taxas de glicose mensalmente. ''Tomo medicação específica. Apesar de não ser dependente de insulina, mantenho a dieta balanceada, evitando açúcar e carboidratos.''

Veja se você corre perigo

Ficou preocupada? Um exame de sangue pode avaliar se corre perigo real. Medir a taxa de glicose no sangue é importante porque nem todo mundo que desenvolve diabete apresenta sintomas claros, como ter mais vontade de fazer xixi, sede excessiva, vista turva, grande perda de peso em pouco tempo (mesmo comendo bem). Coceira vaginal, propensão a micoses e cicatrização difícil são outros sinais que precisam ser investigados rapidamente. No entanto, se você ainda não chegou aos 30, pratica esportes regularmente, está totalmente em paz com a balança, não tem histórico na família, não precisa encarar a picadinha. A partir dessa idade a recomendação é fazer o exame a cada três anos.

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