Automedicação é um perigo

sexta-feira, 3 de julho de 2009


Se você costuma tomar remédio por conta própria quando está doente, tenha cuidado. Esse hábito, praticado por 8 em cada 10 brasileiros, pode causar doenças graves

Com certeza você toma sozinha e sabe de cor o nome de remédios contra febre, dor de cabeça, gripe... Você não é a única: no Brasil, esse é um hábito de 80% da população. O risco de tomar medicamentos em excesso, sem indicação médica, é adoecer. A dose exagerada de comprimidos para resfriado, por exemplo, pode ter como efeito colateral aumento da pressão sanguínea.

Mãe não é médico!
Um estudo recente apontou quem costuma indicar o remédio no lugar do médico. A pesquisa foi feita na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Em primeiro lugar ficou a mãe: em mais da metade das vezes, ela é quem "receita" ao filho. Já o funcionário da farmácia é responsável por dois em cada dez casos de automedicação. A terceira maior culpada é uma receita antiga que estava na gaveta. "Os remédios não podem ser usados sempre. Afinal, eles podem esconder sintomas de uma doença grave", orienta Terezinha Pinto, professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. Veja como os medicamentos tomados com freqüência e sem orientação do médico podem ser prejudiciais à sua saúde.

Guarde os remédios no lugar certo

Uma pesquisa realizada na Universidade Estadual de Campinas mostrou que a maioria das famílias mantém uma farmacinha em casa. Nessa caixa ou gaveta costumam ficar os remédios contra dor de cabeça, febre, azia, além de sobras de medicamentos receitados pelo médico. O problema é que esses produtos são armazenados nos piores cômodos da casa: a cozinha e o banheiro. "São lugares inadequados, devido à variação de umidade e de temperatura", alerta a farmacêutica Francis Tourinho. Nessas condições, os remédios podem perder o efeito. Além disso, aumenta o risco de reações adversas. Veja como guardar medicamentos em casa com segurança:

· Jogue fora todos os medicamentos com data de validade vencida.

· Mantenha a farmacinha no cômodo mais seco fresco da residência, longe da luz e do calor.

· Se houver crianças em casa, tranque com cadeado a caixa com remédios e guarde-a no alto, para evitar intoxicações e outros acidentes.

· Não utilize medicamentos após o fim do tratamento.

· Nunca guarde a bula de um remédio na caixa de outro.

Analgésico

Usado para aliviar dores leves e moderadas. Há vários princípios ativos nas substâncias dos analgésicos, cada um com uma reação adversa:

Paracetamol (Tylenol, Naldecon)

· Complicação: a superdosagem expõe o fígado a danos irreversíveis, como a hepatite.

Dipirona (Novalgina, Neosaldina)
· Complicação: causa queda de pressão arterial e problemas do sangue.

Ácido acetilsalicílico (Aspirina, Melhoral)
· Complicação: esse é um veneno para quem tem úlcera. Pode provocar um ataque em quem sofre
de asma e agrava doenças dos rins e do fígado.

Antitérmico

A febre surge quando há no corpo alguma infecção, inflamação ou lesão. Esses problemas causam no organismo uma confusão no mecanismo de controle de temperatura. Os antitérmicos evitam que isso aconteça.

· Complicação: doses exageradas podem baixar, por algum tempo, o número de células de defesa
no organismo.

Antiinflamatório
Quando o corpo sofre uma lesão ou é atingido por doenças inflamatórias, a região afetada recebe doses elevadas de uma substância que inflama e incha os tecidos. Isso provoca dor e febre. Os antiinflamatórios barram esse processo.

· Complicação: em excesso, os remédios desse tipo causam problemas cardiovasculares, inchaço nas pernas e hipertensão. Eles também aumentam o risco de úlceras e gastrite.

Antibiótico

Se o nosso organismo está com infecções causadas por bactérias, os antibióticos entram em ação para evitar que elas se multipliquem.

· Complicação: o uso em excesso pode aumentar a resistência das bactérias contra o medicamento. Isso diminui bastante a eficácia dos tratamentos com esse tipo de remédio.



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