O poder erótico das fantasias

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Toda mulher guarda um desejo sexual secreto. Que ela pode ter o prazer de realizar ou não. É o que dizem os especialistas e algumas leitoras de Claudia que toparam dar suas idéias

Todo mundo fantasia o tempo todo - e não só sobre sexo, garantem os especialistas. Que mulher não é capaz de imaginar, em detalhes, a roupa, o cabelo e a maquiagem que vai usar na próxima festa? E, claro, ela pode pensar também no homem que encontrará lá e de que maneira eles vão se aproximar, se beijar, e o que vai rolar na madrugada... "Fantasiar é a capacidade que nós temos de inventar mentalmente coisas ou situações: é o que se chama sonhar acordado", diz o psiquiatra e sexólogo Ronaldo Pamplona, autor do livro Os 11 Sexos - As Múltiplas Faces da Sexualidade Humana (Ed. Kondor).

Na esfera sexual, a necessidade de fantasiar pode ser ainda maior porque a imaginação compensa a impossibilidade de realizar todos os desejos sexuais, seja por alguma limitação cultural, inibição individual, seja por escolha consciente. Por exemplo: uma mulher pode decidir não transar com o chefe porque ele é casado, mas imaginar a transa não tira pedaço. Resumindo: cada um pode fantasiar o que quiser, o que não pode é realizar tudo. Nossos valores morais impõem limites. Ou então é o parceiro que recusa.

Na cama, o conselho é soltar a imaginação, pois, como diz a psicoterapeuta Rosely Gomes, "a fantasia é um tempero para a libido". Mas há quem se trave pelo excesso de autocensura: existem pessoas que não conseguem admitir seus desejos nem para si próprias.

E se der vontade de botar em prática? Ótimo, vá em frente! Mas não sem antes tentar descobrir se aquele seu plano genial tem alguma chance de agradar ao parceiro. Assim evitará incidentes como este: "Cheguei do trabalho, ela estava na cozinha só de avental e salto alto. Comecei a rir da situação, e ela ficou superchateada. Foi broxante para ambos," diz o comerciante Orlando, 38 anos, casado.

Intimidade e cumplicidade valem ouro, pois ajudam o casal a conversar e brincar a respeito das fantasias, na cama ou fora dela. Seja qual for o seu estilo, lembre-se de que a diversidade humana é imensa - nem sempre o outro vai topar o que você quer. Pamplona comenta essas diferenças: “Uma mulher foi a um bordel com o namorado para realizar a fantasia dela: comandar a transa dele com uma prostituta. E gostou. Já outra queria ser lambida na parte interna da coxa, mas o marido, conservador, achava pornográfico”. É um caso semelhante ao do empresário Ernesto, 44 anos, divorciado: "Quando eu era casado, contei para minha mulher que já tinha ido a um peep show. Então ela me convidou para repetirmos a dose juntos e eu não quis. Fui pego de surpresa pela curiosidade dela e não conseguia me imaginar vendo um strip ao seu lado! Nunca mais tocamos no assunto".


Muitos homens, porém, contam as fantasias para as parceiras esperando que elas queiram realizá-las ou, então, que também revelem as suas. E aí elas podem mesmo surpreender pela criatividade. "As fantasias femininas são muito diversificadas", diz Pamplona, "enquanto as dos homens são mais recorrentes. A maioria sonha em fazer sexo com duas mulheres ao mesmo tempo e se excita muito ao vê-las transando." O especialista garante que a imaginação erótica faz bem ao corpo e à alma, para homens e mulheres.

Zona de risco

Observe as situações em que sua imaginação não está ocorrendo de maneira saudável e permanece trancada em preconceitos ou conflitos que atravancam a sexualidade.

>> Fazer sexo com um... pensando em outro
Nesse caso, a fantasia não está a favor de uma vida sexual prazerosa, e sim escamoteando um conflito que precisa ser resolvido.

>> Forçar a barra
Deixar de levar em conta o desejo do outro pode trazer constrangimento (quando seu par não se excita com aquilo). Desrespeitar limites é perigoso: não faça nem se submeta a práticas que envolvem coerção, humilhação ou violência (física ou psíquica) para si ou para o parceiro.

>> Trocar o real pelo imaginário
A idéia é potencializar a vida sexual, e não fugir dela. Substituir a realidade pela fantasia resultará em ansiedade e frustração. O sexo fica na cabeça e a realização nunca acontece. Segundo Pamplona, é comum isso ocorrer com homossexuais ou bissexuais ainda inseguros em assumir seus desejos.

Um lugar perigoso

Quando estava casada, realizei com meu marido a minha maior fantasia: transar no mar. Foi numa ilha, e a praia não estava vazia, tinha até um barzinho funcionando, o que era excitante. Também consegui transar em um carro estacionado numa praça e numa garagem... Adoro improvisar e correr perigo.
Patrícia, 32 anos, produtora, separada


Garota de programa

Meu namorado quase surtou quando falei para ele que morro de curiosidade de ir a um bar de garotas de programa. Eu não quero ir atrás de homem, quero ir com ele: me fazer passar por uma acompanhante e encarar um programa a três, junto com uma profissional. Essa fantasia volta quando me masturbo: eu e outra mulher no controle, deixando o cara enlouquecido. Será que eu teria coragem de ir até o fim?
Aline, 27 anos, psicóloga, solteira


Tesão pela novidade

Quando eu tinha dez anos de casada, me apaixonei por outro homem, também casado, e traí meu marido. Foram as melhores transas da minha vida. Acabei me afastando desse amante, e a decisão foi acertada. Mas confesso que, quando as coisas não estão bem lá em casa, fantasio sexo com alguém diferente do meu marido. Não significa que não goste dele e que não o ache atraente. É puro desejo de novidade. E também daquele gosto incomparável do primeiro beijo.
Luciana, 38 anos, engenheira, casada


Farra no barco

Casados há 12 anos, nossa química é incrível. Adoramos transar assistindo filme pornô e brincamos que o casal da cena está conosco na cama. Outro dia, vesti um biquíni, um salto alto e falei que estava num barco em Angra. Era a senha para ele completar a história – aí ele veio andando com a mão para cima, fingindo que estava segurando uma bandeja, e eu perguntei: "O que é isso?" E ele: "Sou o garçom". Eu disse: "Pode parar. Eu quero transar é com o dono do barco!" Aí ele encarnou o personagem que eu queria, porque precisa ter uma sintonia, não é? Pelo garçom, eu não tive tesão. Uma noite, fomos andar de kart e, quando voltamos, ele pediu que eu me depilasse todinha. Eu me raspei no banho e depois transamos imaginando que ele era o piloto e eu a bandeirinha. Ele quer transar com mais gente junto, mas essa eu não topo. Na fantasia, tudo bem, as brincadeiras esquentam a transa, mas nem tudo eu quero colocar em prática.
Elizabeth, 39 anos, empresária, casada


Cinta-liga com pluminhas

Adoro sex shop e brinquedinhos. Já namorei um cara que topava usar vibrador na transa, o que é raro. Com ele, fazia uma farra: calcinha aberta embaixo, que dá para transar sem tirar, cinta-liga com estampa de onça e pluminhas, fantasia de enfermeira, algemas, calcinha comestível e outras "cositas" mais. Mas o namoro acabou... E claro que eu não vou mostrar o meu arsenal para algum cara que acabei de conhecer, tem de ser namorado. Estou atrás de um!
Júlia, 24 anos, estudante, solteira


Dois homens loucos por mim

Há anos desejo transar com dois homens ao mesmo tempo. Acho que muita mulher sonha com isso. Nunca me atrevi a tocar no assunto com um parceiro, mas tentei levar o clima nessa direção quando saí com um namorado e um amigo, só que não rolou. Uma vez, cheguei a ter uma experiência em grupo, mas éramos dois casais. Não é a mesma coisa. Na minha cabeça, estou com dois homens, ambos loucos para me dar prazer. Só de pensar já fico maluca!
Ana Cristina, 42 anos, advogada, divorciada


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