Tenho um nódulo no seio e agora?

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Calma, nem toda alteração é necessariamente um tumor. Mas é claro que tudo deve ser investigado. Auto-exame, visita regular ao ginecologista e testes complementares são as principais armas para prevenir-se contra o tipo de câncer que mais vitima as mulheres

Está comprovado: o tumor de mama é o câncer responsável pelo maior número de mortes femininas no Brasil. E o segundo tipo mais freqüente no mundo - perde apenas para o de pulmão. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), nosso país terá em 2005 cerca de 49.470 novos casos, contra 40 mil registrados no ano passado. Esse crescimento se deve à maior quantidade de diagnósticos - possíveis porque existem aparelhos mais modernos capazes de detectar nódulos que antes passariam despercebidos - e, conseqüentemente, ao aumento do número de registros da doença.

A boa notícia é que se hoje mais casos são conhecidos, também é maior o índice de cura. E é justamente por causa dessas estatísticas preocupantes que as campanhas nacionais enfatizam tanto a necessidade da prevenção e sobretudo do diagnóstico precoce, apontado pelos especialistas como fator determinante para o sucesso do tratamento. Afinal, quando a enfermidade é detectada na sua fase inicial, a terapia tem 80% de eficácia. Já no período avançado esse número despenca para 20%.

"Percebi que tinha um nódulo na mama direita, fiz biópsia e recebi o resultado positivo. Foi como uma bomba! Realizei uma mastectomia radical e um ano e meio depois reconstruí o seio. Na época me submeti à quimioterapia, perdi o cabelo, mas esse processo de cura foi como se eu estivesse tirando tudo de ruim da minha vida. O fato de ter dois filhos para criar me empurrou para frente "

ANDRÉA CAVANI JORGE, 39 ANOS, PEDAGOGA DE SÃO PAULO (SP)

OS PRINCIPAIS FATORES DE RISCO

A melhor conduta para se precaver é ficar atenta à periodicidade dos exames recomendados, não se descuidar das consultas com o ginecologista e fazer o auto-exame. "Essa conduta deve ser seguida sobretudo por mulheres que pertencem a grupos de risco", diz o mastologista Luiz Henrique Gebrim, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Os grupos são compostos por quem apresenta um histórico familiar da doença e chances de desenvolver alterações genéticas. Ou seja, se na família há mais de um caso, mulheres com nódulos nas duas mamas ou nos ovários ou ainda homens com câncer na glândula mamária (é raro, mas ocorre), a possibilidade de desenvolver o mal é grande - chega a 85% - e a razão é uma só: a hereditariedade. Portanto, é preciso uma vigília constante a partir dos 25 anos de idade.

Além dessas causas diretas, há outras bastante importantes que devem ser consideradas e analisadas, como primeira gravidez após os 30 anos, não ter filhos, alimentação rica em gorduras, tabagismo, obesidade, sedentarismo e alcoolismo. A menstruação precoce e a menopausa tardia também favorecem o aparecimento da anomalia.

Uma das maneiras de preveni-la é melhorar a qualidade de vida. "Estudos recentes indicam que a atividade física diária por 30 minutos pode reduzir em até 30% seu surgimento", revela Luiz Henrique. Para Sílvio Bromberg, mastologista do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, ser feliz pode fazer toda diferença. "É muito comum entre as pacientes com câncer encontrar várias que carregaram algum tipo de infelicidade e ficaram abaladas por muito tempo. Por exemplo, que passaram por fortes crises emocionais como separação e perdas de pessoas próximas", constata o médico.

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